“Grande problema do País não é econômico, é político”, diz Guilherme Afif na ACSP
01/08/2018 - 08:59 - ( Informe a categoria )

O presidente da ABAD, Emerson Luiz Destro, participou do bate-papo com o pré-candidato à Presidência da República pelo PSD

O pré-candidato à Presidência da República Guilherme Afif Domingos (PSD) participou do Ciclo de Debates organizado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) no dia 23 de julho. “O grande problema do País é político. Quando falam da crise econômica, eu falo que o problema não é o econômico, é o político. Nós somos um continente, nós tínhamos que ter o voto distrital”, defendeu ele. Afif, que é presidente licenciado do Sebrae Nacional, frisou que o voto distrital é aquele que tem representação a partir da realidade territorial brasileira e que a reforma política é a primeira que precisa ser feita.

Para colocar essa reforma em prática, o pré-candidato disse que fará uma Constituinte Exclusiva que, de acordo com ele, não afetará outras atividades do congresso. “Eu quero uma Constituinte Exclusiva para fazer a reforma do sistema político, enquanto o congresso continua funcionando. Sei que a proposta é polêmica e assusta o público mais conservador, mas eu definirei o campo cirúrgico para fazer essa reforma, enquanto o congresso continua funcionando normalmente”.

Outras reformas

Sobre a reforma da Previdência, Afif destacou que o Brasil aboliu a monarquia, mas a corte ficou. “Uma corte de privilégios que foi sedimentada e não foi mexida. Não dá para dar um cavalo de pau de uma hora para outra, mas é preciso dar sinalização das mudanças que se quer fazer e do regime de repartição ― que tem que ser igual para todos ― diferenciado do regime de capitalização”. Segundo ele, esse é um odioso privilégio existente no sistema de repartição, em que um milhão de pessoas tem o mesmo peso de 30 milhões do outro lado. “Isso não se sustenta. A mudança parte do sistema político, que o Congresso teve oportunidade de fazer ― e não fez”.

Ao tratar da reforma fiscal (ou federativa), o palestrante afirmou que é preciso fazer uma “blitz” de simplificação no País para que ele possa libertar a força empreendedora que hoje está amarrada aos quatro cantos. “Diz a Constituição: a desburocratização e a desregulamentação é regra. No Brasil nós regulamentamos tudo. Temos que ter uma regulação mínima para soltar a atividade empreendedora”.

Ele explicou que quando há distribuição de funções entre União, estado e município, o dinheiro da arrecadação tributária precisa estar na mão da autoridade local para que se faça, por exemplo, o SUS ideal.

Segurança pública

Para Afif, a Polícia Civil precisa estar atrelada ao Poder Judiciário e não ao Poder Executivo. “Sendo polícia de investigação, ela já está dentro do Judiciário. Eu quero colocar um juiz em cada delegacia de polícia, que é o juiz de instrução. Assim vamos deixar a justiça perto do cidadão, na esquina da casa dele”.

O pré-candidato é contra intervenções do Exército, como a que ocorreu no Rio de Janeiro. “Vamos acabar contaminando o Exército, pois ele tem que voltar para a sua função de guardião de fronteira, por onde entra droga e armamento”.

O presidente da União Nacional das Empresas de Comércio e Serviços (Unecs), Paulo Solumucci Jr,, também participou do evento.

Fonte : ABAD    Autor : ABAD