Copom mantém a taxa básica de juros em 11% ao ano
28/05/2014 - 21:44 - ( Informe a categoria )
BRASÍLIA - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira manter a taxa básica de juros (Selic) em 11% ao ano e assim, encerrar o mais longo ciclo de aperto monetário de sua história. As altas de juros para conter a inflação tiveram início em abril do ano passado, quando a taxa estava em 7,25%. Foram nove elevações seguidas, o que elevou a taxa em 3,75 pontos percentuais, nesse período. A decisão do Copom foi unânime e já era esperada pela ampla maioria do mercado financeiro, diante das sinalizações da autoridade monetária de que agora é preciso esperar o resultados das últimas elevações para combater a inflação, já que os efeitos são defasados. Também era aguardada pela equipe econômica.
O comunicado deixou a porta aberta para o BC rever a decisão no futuro, pois usou a expressão "neste momento" para justificar a interrupção das altas de juros. Com isso, mostrou que está atento ao comportamento dos índices de preços.
“Avaliando a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, manter a taxa Selic em 11% ao ano, sem viés”, afirmou o colegiado, em comunicado divulgado ao final da reunião.


Alívio no setor produtivo 

O setor produtivo recebeu bem a decisão do Banco Central. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a interrupção das altas "é necessária para evitar que o custo da redução da inflação recaia preponderantemente sobre o setor produtivo”. A CNI ressalta que as sucessivas elevações dos juros “foram insuficientes” para recolocar a inflação em patamares mais próximos da meta, de 4,5%.
A CNI vê como necessárias “outras ações”, especialmente na área fiscal, “para minimizar os efeitos do aumento dos juros sobre a atividade produtiva”.
A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) afirma que o fim do ciclo de aperto monetário foi “uma decisão acertada”, dado o baixo crescimento da economia e a desaceleração do consumo. “Para que a inflação de fato arrefeça é imprescindível a colaboração da política fiscal através da redução dos gastos públicos, em especial os de natureza corrente.”
Já a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) criticou a manutenção da taxa.
— O Copom deixou escapar uma boa oportunidade para baixar a Selic e estimular o crescimento — disse o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
Fonte : O Globo    Autor : O Globo